Crónica:
Festa da Académica em Matosinhos. O Leixões tinha tudo preparado, chamou
os amigos e abriu as portas do estádio. O tempo ajudou
e pareciam estar reunidas todas as condições
para uma tarde de festa. E foi, mas para quem viajou de Coimbra. A
Académica
venceu por 1-3 e garantiu matematicamente a
manutenção. O Leixões ainda não desceu, é certo, há uma última réstia de
esperança
nos corações dos matosinhenses, mas o cenário é
negro. O Leixões é um exemplo crasso de que nem sempre querer é
poder.
A entrega ao jogo, a abnegação, a vontade de
deixar a pele em campo e mudar o rumo dos acontecimentos é evidente. A
equipa
ataca, usa os flancos, fura pelo meio e remata.
Mas quase nunca sai bem. Os cruzamentos alternam entre o demasiado largo
e
o demasiado curto, os remates ora saem com força
a mais, ora com força a menos. E, no meio disto, o tempo passa. Diogo Gomes, o principal destaque do jogo Pior
que isso, no meio da inconsequência do futebol
leixonense, a Académica marcou. Nuno Silva
derrubou Éder na área, João Ferreira hesitou ligeiramente mas acabou por
apontar
para a marca de grande penalidade. Sougou não
perdoou. Castro Santos estava consciente da importância que o
jogo revestia.
Mesmo que a derrota não impeça, totalmente, o
Leixões de permanecer na Liga, o cenário é negro. É certo que para a
semana
há um Olhanense-Leixões que, em caso de triunfo
dos nortenhos, adia tudo para a última ronda. Mas aí, o adversário dá
pelo
nome de Sporting. Recorde
o jogo AO MINUTO
Ora, como íamos dizendo, Castro Santos
sabia que era vital vencer e, também por isso, lançou João Paulo ao
intervalo,
alargando a frente de ataque para quatro homens.
A resposta de André Villas Voas não tardou, com a troca de João Ribeiro
por
Luiz Nunes. Uma esperança renascida e
impiedosamente abatida O Leixões voltou a ser muito mais
ofensivo
que o rival no segundo tempo. Só tinha de ser
assim, aliás. Desta vez, no entanto, a equipa conseguiu, finalmente,
cheirar
o golo. Empurrados pelos exemplares Fernando
Alexandre e Zé Manuel, pode-se dizer que os leixonenses massacraram. A
briosa
entregou as despesas do ataque a Éder e Sougou e
assumiu que o objectivo era defender. Deu-se mal, numa primeira
instância.
Veja as
notas dadas aos jogadores Primeiro
foi Cardozo, após canto, a cabecear à trave de
Ricardo. Isto aos 52 minutos. Aos 64, gritou-se golo nas bancadas, mas o
guardião
da Académica efectuou a defesa da tarde, voando
para evitar que João Paulo festejasse. Aos 73, a muralha furou.
Nova
grande penalidade, esta a castigar mão na bola
de Pedrinho. Hugo Morais empatou e fez o público e os jogadores da casa
acreditarem
ainda mais. Por isso, o golpe que se seguiu foi
ainda mais doloroso. Manos Berger: um reencontro no Mar O
Leixões estava galvanizado em busca do golo que daria
todo um novo ânimo à luta pela manutenção e
acabou por se expor às balas. Diogo Gomes não perdoou. Dois livres, um
de cada
lado, fixaram o resultado final. No primeiro
fica a dúvida se Berger terá tocado na bola. No segundo foi mesmo Éder a
desviar
para a baliza. André Villas Boas cumpriu o que
prometeu. Queria festejar em Matosinhos e fê-lo. Uma festa que tem mais
de
frieza e pragmatismo do que brilhantismo. Não
deixa de ser uma festa.
in: maisfutebol.iol.pt