Lara e outros remédios
MÓNICA SANTOS
Sete dias podem parecer uma eternidade, quando representam a distância para uma decisão importante, como a do futuro de
um clube no primeiro escalão. As semanas do Leixões têm sido assim, sem que a situação classificativa se resolva, e obreviver-lhes sem ser tomado pela ansiedade torna-se um exercício quase tão importante como os de finalização, para que uma equipa não se torne no próprio adversário. O penúltimo lugar "pesa sempre um bocadinho", diz o capitão Nuno Silva, no final de mais um treino a pensar na Académica. Di-lo com uma serenidade que dá boa publicidade ao plantel. Ele sabe do que fala, já
leva uma década no Mar e viu de tudo, do topo ao fundo da tabela classificativa, e, claro, não há como habituar-se a ter
quase todo o campeonato sobre os ombros, e o futuro suspenso dos próximos 90 minutos.
"A melhor parte do dia é... domingo à tarde".Até chegar a hora de defrontar a Académica, tudo será espera, mais ou menos disfarçada. "Treinar" é um bom remédio, mas, "uma vez em casa, também se pensa no adversário". "Tentamos abstrair-nos", explica Nuno Silva, feliz porque, nesta aflição, tem a melhor das motivações para enfrentar muito mais do que um jogo de
futebol - ou três, os que separam o Leixões do final da época. O segredo chama-se Lara, tem nove meses e, entre uma
sessão de trabalho e outra, as horas que passa "em casa", com a filha, dão sentido a tudo. Conta-o com o sorriso luminoso de
alguém a quem nunca faltarão as forças, porque é pai.
Nem só a força de Lara ajuda, contudo. A experiência é importante, e Nuno Silva sabe de cor como foi, há duas épocas, quando a indefinição se arrastou para lá do fim do campeonato - foram três minutos à espera que terminasse o Leiria-Paços de
Ferreira, para se respirar de alívio, no Estádio do Mar.
A história tem sido tema de conversa, num balneário onde Nuno Silva, como os outros capitães, Joel e Hugo Morais, sabe
que só unido é que o Leixões pode ter força para se erguer da posição de despromoção em que se encontra. Domingo, só pede "apoio", já que "o clube abriu as portas aos sócios". "Estamos todos a lutar pelo mesmo objectivo" e tudo é mais fácil "sentindo o
público do nosso lado", apela, porque jogar sozinho torna-se ainda mais duro.
in : www.ojogo.pt
MÓNICA SANTOS
Sete dias podem parecer uma eternidade, quando representam a distância para uma decisão importante, como a do futuro de
um clube no primeiro escalão. As semanas do Leixões têm sido assim, sem que a situação classificativa se resolva, e obreviver-lhes sem ser tomado pela ansiedade torna-se um exercício quase tão importante como os de finalização, para que uma equipa não se torne no próprio adversário. O penúltimo lugar "pesa sempre um bocadinho", diz o capitão Nuno Silva, no final de mais um treino a pensar na Académica. Di-lo com uma serenidade que dá boa publicidade ao plantel. Ele sabe do que fala, já
leva uma década no Mar e viu de tudo, do topo ao fundo da tabela classificativa, e, claro, não há como habituar-se a ter
quase todo o campeonato sobre os ombros, e o futuro suspenso dos próximos 90 minutos.
"A melhor parte do dia é... domingo à tarde".Até chegar a hora de defrontar a Académica, tudo será espera, mais ou menos disfarçada. "Treinar" é um bom remédio, mas, "uma vez em casa, também se pensa no adversário". "Tentamos abstrair-nos", explica Nuno Silva, feliz porque, nesta aflição, tem a melhor das motivações para enfrentar muito mais do que um jogo de
futebol - ou três, os que separam o Leixões do final da época. O segredo chama-se Lara, tem nove meses e, entre uma
sessão de trabalho e outra, as horas que passa "em casa", com a filha, dão sentido a tudo. Conta-o com o sorriso luminoso de
alguém a quem nunca faltarão as forças, porque é pai.
Nem só a força de Lara ajuda, contudo. A experiência é importante, e Nuno Silva sabe de cor como foi, há duas épocas, quando a indefinição se arrastou para lá do fim do campeonato - foram três minutos à espera que terminasse o Leiria-Paços de
Ferreira, para se respirar de alívio, no Estádio do Mar.
A história tem sido tema de conversa, num balneário onde Nuno Silva, como os outros capitães, Joel e Hugo Morais, sabe
que só unido é que o Leixões pode ter força para se erguer da posição de despromoção em que se encontra. Domingo, só pede "apoio", já que "o clube abriu as portas aos sócios". "Estamos todos a lutar pelo mesmo objectivo" e tudo é mais fácil "sentindo o
público do nosso lado", apela, porque jogar sozinho torna-se ainda mais duro.
in : www.ojogo.pt