O talento de Paulinho, a raça de Ricardo Ferreira (que gosta mais de ser conhecido simplesmente por RF), a classe do central José Pedro (um miúdo de 19 anos que foi dispensado do FC Porto) e a ousadia de Fábio foram qualidades individuais que ajudaram a explicar o sucesso do coletivo.

O Leixões, que já está apurado para as meias-finais da Liga Intercalar por ter sido 2.º no Campeonato de Inverno, jogou como se tivesse um lugar para conquistar. Fernando Castro Santos estava na bancada e os miúdos, comandados por Joaquim Santos e António Pinto, quiseram mostrar-lhe que o futuro pode passar muito pelos "bebés" que estão a crescer na cantera da Cruz de Pau.

Do outro lado, sobrou apenas a capacidade de Renato e a vontade do "clone" de Bosingwa, com o mesmo nome da vedeta do Chelsea, em mudar o sentido do jogo. O holandês Patrick Greveraas, que tem como adjunto António Frasco, ainda fez cinco mudanças na equipa, mas o melhor que viu foi o jovem turco Ergin acertar na barra da baliza leixonense aos 9'. E fechou aí a loja portista perante um Leixões que utilizou de início dois jogadores do plantel principal (o guarda-redes Fonseca e o defesa-esquerdo Nelson) e ainda fez entrar mais um (Tiago Cintra). Não foi por aí, porém, que se marcou a diferença num jogo no qual o FC Porto se pode queixar também de algum azar no lance do golo que ditou o vencedor, ou melhor, no autogolo de Hugo. A bola bateu no peito do defesa azul e branco depois de ter sido cruzada pelo lateral-direito Paulinho e quando Beirão tentava também chegar-lhe de cabeça.

Até ao fim do jogo, o Leixões iria ainda ter uma oportunidade para aumentar, num lance iniciado por Tiago Cintra, com Rui Santos a não conseguir chegar à bola cruzada pelo primeiro. Mais que a vitória, sobraram para Castro Santos bons apontamentos.

in:Record.pt