Relembrando a primeira mensagem :
Recebemos o lider do campeonato e temos de pontuar!!!
Recebemos o lider do campeonato e temos de pontuar!!!
Mais Futebol escreveu:Lá para os lados da Gália, um certo chefe tribal gritava aos sete ventos o seu maior medo: o homem temia que o céu se abatesse sobre a sua cabeça. Era um pessimista moderado, porém. Sempre que o confrontavam com a fobia, dizia bem humorado que a tragédia não estava marcada para o dia seguinte. A história da conquista do Benfica em Matosinhos aproxima-se deste pedaço delicioso de ficção.
Jesus e os seus homens desafiaram a intempérie, não temeram a fúria meteorológica e regressaram a Lisboa descansados, com a certeza que amanhã o céu não lhes esmaga a vida. Um pontapé ambicioso e afortunado de Éder Luís antecedeu três instantes purificados pela genialidade de Di María. Quatro golos embrulharam um triunfo tão simples quanto ajustado.
O Leixões, de resto, limitou-se a ser aquilo que Fernando Castro Santos parece querer. Uma equipa apostada em defender, defender e defender, à espera que o contendor não se lembre de marcar um golo. Enquanto o nulo prevalece, os matosinhenses conseguem ser equilibrados. Em desvantagem, as limitações de que padecem chegam a ser confrangedoras. O penúltimo colocado da Liga tem um futebol desanimado e rudimentar.
O segredo do Benfica? Uma amnésia generalizada
Ora, se o segredo para a felicidade é uma má memória, como alguns defendem, não é desajustado acreditar que este Benfica sofre de amnésia. Os homens da Luz parecem não estar lembrados do passado recente, que tão avarento lhes foi. Em Matosinhos, por exemplo, perderam na época passada rumo ao sonho da taça e empataram para a liga, como já tinham feito numa visita anterior.
Esse é um dos méritos de Jorge Jesus. O treinador conseguiu limpar o dramatismo das últimas épocas e incutiu um altíssimo nível de auto-confiança nos jogadores. Sem fazer um jogo intenso, inspirado ou até esmagador, o Benfica marcou quatro golos num relvado onde o F.C. Porto deixara, há duas semanas, dois pontos.
O líder do campeonato soube ler as limitações gritantes do Leixões, fez da sorte o motor de arranque - no remate para golo de Éder Luís a bola desvia num matosinhense - e explorou até ao tutano a grande noite de Di María. O argentino indicou o caminho e o séquito encarnado seguiu-lhe as pisadas.
Um génio chamado Di María
O Leixões, já se disse, apostou dedos e anéis no empate. Entregou a alma na loja de penhores e ficou sem nada. Sem pontos, sem orgulho, sem moral. Di María de tudo se apossou. Na mais bela aparição da época, o internacional argentino mostrou que é, de facto, um executante de primeira água. Três golos brilhantes, três instantes de intuição, repentismo, critério. O rapaz é bom, muito bom.
E assim se preenche esta crónica de uma vitória anunciada. Falta sublinhar somente a estreia competente de Airton no lugar de Javi García e a exclusão de Pablo Aimar dos 18 eleitos. Ah, Di María teve um golo mal anulado, ainda com o marcador em branco. Mas o que interessa isso? O rapaz vingou-se com três golos e a certeza de que o céu está muito bem lá em cima.
Diego:
Guarda-redes do Leixões, em em declarações à RTP, após o jogo com o Benfica, que os encarnados venceram por 4-0:
«O Benfica é uma equipa fortíssima e sabíamos disso. Tentámos algumas acções para facilitar o nosso jogo, mas, na minha opinião o Benfica é a equipa mais forte da competição. Vamos fazer tudo para sair desta situação. Dá-nos força extra, precisamos muito disso.»
Castro Santos:
«Correu quase tudo mal. Começámos com a lesão imprevista do Gallo, depois o primeiro golo, com uns a dizerem que tocou em Cardozo, outros num jogador nosso e a partir daí o Benfica foi melhor.»
sobre ter dito que tinha dúvidas acerca da melhor equipa portuguesa: «Se o Benfica é lider é porque merece sê-lo, por isso, agora é o melhor. Mas já disse que o F.C. Porto e o Sp. Braga também são grandes equipas. O Benfica foi melhor no jogo e nós fomos pior. Quase tudo o que acertaram na baliza foi golo.»
Mais Futebol escreveu:Antunes foi extremo: «Não toquei muitas vezes na bola»
Antunes, lateral esquerdo do Leixões, foi adaptado por Fernando Castro Santos a extremo esquerdo frente ao Benfica. O jogador cedido pela Roma foi substituído ao intervalo.
«Entrámos organizados, mas ficámos desanimados e sem fôlego com o primeiro golo do Benfica. Estávamos a melhorar, mas na segunda parte voltaram as dificuldades. Vamos tentar pontuar nos jogos frente aos adversários directos.»
Como se sentiu numa posição nova?
«Não toquei muitas vezes na bola, mas sacrifiquei-me. O meu papel era fechar o flanco e dar apoio ao lateral. Se a lesão do Bruno Gallo complicou? Não, o Nélson entrou bem. Não por causa disso que perdemos.»
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