LPFP: António Laranjo quer rever acordos dos direitos TV
A revisão dos acordos dos direitos das transmissões televisivas, principalmente na Liga de Honra, é uma das principais prioridades de António Laranjo se assumir a presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
"Promoverei uma reunião de trabalho com os detentores dos direitos de transmissões TV. Se vamos quase duplicar a atividade - na nova Liga de Honra passamos dos atuais 240 para os 462 jogos, um crescimento de 92,5 por cento -, não poderemos ter menos do dobro da exposição/receitas que já temos", vincou.
Determinado a "melhorar significativamente as receitas dos direitos TV", acrescentou: "Se juntarmos marcas como FC Porto, Benfica, Sporting, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e Marítimo, com as suas equipas B, poderemos dizer que vai nascer uma nova prova em Portugal, inclusivamente com novos produtos comerciais, promovidos pela LPFP".
"Estão reunidas todas as condições para se rever contratos de patrocínio, comercial e TV. Vamos desafiar o mercado sempre em constantemente. Reunirei com os clubes para debater ideias para subir receitas e diminuir os custos de todos", prosseguiu.
Combater desemprego
Laranjo anunciou ainda a criação de uma comissão delegada, com oito clubes e em articulação com o presidente e comissão executiva, "com a missão de fazer crescer o negócio do futebol global em Portugal".
De forma a combater o "flagelo internacional do desemprego", António Laranjo prometeu também "iniciar negociação pessoal e direta com o presidente do Sindicato dos Jogadores para discutir o contrato coletivo do trabalho".
"Estou certo que ambos desejamos o mesmo, a sustentabilidade de uma indústria que emprega centenas. Quero analisar e, com espírito aberto, encontrara melhor solução. Há preocupações que todos temos. Devemos ter condições de diálogo construtivo. O país atravessa graves dificuldades e temos de saber encontrar a melhor resposta para as enfrentar", explicou.
António Laranjo tenciona rever também as funções e estatutos do Conselho de Presidentes: "Queremos que possam decidir, democraticamente, e não apenas dar opiniões".
Desenvolver esforços com Fernando Gomes
Pelo apoio manifestado por FC Porto, Benfica e Sporting à sua candidatura, acredita ter capacidade para "aproximar não só estes clubes, como todos os outros das competições profissionais".
O candidato falou ainda da "cumplicidade" com Fernando Gomes, presidente da federação, instituição com a qual deseja ter relações próximas e desenvolver esforços unidos na defesa do futebol.
"A arbitragem e a justiça estão agora no local certo, a federação. Um erro de conceito que em minha opinião está hoje sanado. Vamos ter uma nova LPFP, mais focada, agregadora, defensora dos interesses coletivos, mais responsável pelo crescimento da indústria do futebol profissional", concluiu.
Mudar novo enquadramento fiscal
António Laranjo prometeu também apresentar ao governo um projeto de reenquadramento fiscal do futebol caso assuma a presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, cujas eleições decorrem a 12 de janeiro.
Na apresentação da sua candidatura, Laranjo enalteceu o desempenho económico da modalidade pelo que considera "estranho que esta boa performance - o futebol cresceu sete vezes mais do que o país nesta última década - seja penalizada em vez de ser estimulada".
"Taxar o IVA dos bilhetes de futebol a 23 por cento a meio da época revela uma tendência estatal para o populismo. Precisamos de um Estado consciente, mas sem complexos em relação à modalidade", criticou.
António Laranjo também assacou culpas às estruturas do futebol: "Há que reconhecer a incapacidade do futebol e outras modalidades para se defenderem corporativamente como outras estruturas do entretenimento o fizeram e com resultados positivos".
Não se pode "estrangular" futebol
António Laranjo desafiou o governo a regulamentar as apostas online, lembrando que, enquanto não o fizer, "os clubes estão a perder importantes receitas que lhes são devidas".
"Não podemos deixar de estranhar, numa altura em que o Ministério das Finanças e a troika buscam receita adicional, inclusivamente com as famílias, que as apostas online continuem esquecidas e sem liquidação de impostos em Portugal", frisou.
Sublinhando que gostaria de ouvir Ministério das Finanças sobre este tema, afirmou que "o Estado não pode aumentar despesa fiscal aos clubes e por outro lado manter o impedimento do seu acesso a receitas que as apostas online permitem", porque "isso é estrangular uma indústria rentável".
"Somos a sexta maior Liga da Europa e, em termos de clubes, estamos em quinto do 'ranking'. Se vier a merecer a confiança dos clubes, apresentaremos uma proposta de reenquadramento fiscal do futebol profissional mostrando a pressão fiscal semelhante a outras indústrias criativas", concluiu.
António Laranjo garantiu igualmente não ter clube ou filiação partidária, promete trocar Lisboa pelo Porto e abandonar todas as funções na REFER para se dedicar em exclusivo à LPFP, depois de ter integrado projetos como a Expo98 e Euro2004.
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